segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O Índio

 



Conta a história que um amigo levou um índio para passear no centro de São Paulo. Seus olhos não conseguiam acreditar na altura dos edifícios e ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético das pessoas indo e vindo. Espantava-se com o barulho ensurdecedor das sirenes, dos automóveis, das pessoas falando em voz alta.

De repente, o índio falou: "ouço um grilo..." O amigo espantado retrucou: "é impossível ouvir um inseto tão pequeno nesta confusão, meu amigo!" O índio insistiu que ouvia o cantar de um grilo. Tomou seu amigo pela mão e levou-o até um canteiro de plantas. Afastou as folhas, e apontou para o pequeno inseto que lá estava. "Como?" Perguntou o amigo, ainda sem acreditar.

O índio pediu-lhe algumas moedas e então jogou-as na calçada. Quando elas caíram e se ouviu o tilintar do metal, muita gente voltou-se para onde eles estavam. "Escutei o grilo porque o meu ouvido está acostumado com esse tipo de barulho." - disse ele. "As pessoas aqui ouvem o dinheiro caindo no chão porque foram condicionadas a reagir a esse tipo de estímulo." Depois ele complementou: "a gente ouve o que está acostumado ou treinado a ouvir."

Vivemos em um mundo materialista. A vida nos impõem que sejamos muitas vezes duros. Acabamos nos tornando céticos. A voz divina não é ouvida senão por aqueles que tem o ouvido sensível. Muitas vezes a correria da vida e as agitações da nossa alma inquieta não nos permitem perceber o que é Divino em nossas vidas. Treinamos os nossos sentidos para reagir apenas aos impulsos da sobrevivência, mas há realidades que só se percebem com o espírito. Aqueles que aquietam o coração e se deixam tocar pelo Divino, escutam o sussurro de Deus.

Eu desejo que todos consigamos, apesar do tumulto que cerca nossas vidas, escutar o que Deus tem pra dizer pra cada um de nós.

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